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31 de agosto de 2014

CAPELINHA – POLÍCIA INVESTIGA O SUMIÇO DE MORFINA EM HOSPITAL.

A Polícia Civil de Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, informou na sexta-feira (29), que foi aberto no início da semana um inquérito policial para investigar o sumiço e a adulteração de medicamentos controlados, principalmente a morfina, do estoque da Fundação Hospitalar São Vicente de Paulo.

A Câmara Municipal também decidiu instaurar no dia anterior, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso. A direção do hospital ainda não se pronunciou sobre o assunto.


Segundo a delegada Júnia Nara Rodrigues Rocha, da Delegacia de Repressão a Crimes contra Patrimônio, o inquérito foi instaurado na última segunda-feira, 25, com 30 dias para concluir a investigação. “Vamos nos esforçar para cumprir este prazo para dar uma resposta à sociedade, tendo em vista a gravidade do crime”, afirmou a delegada.

Já se sabe que o número de ampolas de morfina extraviadas da farmácia ultrapassa 1.300. Cada ampola custa cerca de R$ 300, o que dá um valor total mínimo de R$ 390 mil.
Em relação aos medicamentos adulterados – nas ampolas de morfina estariam sendo acondicionado Dipirona. Cerca de 100 frascos sob suspeita foram encaminhados pela própria farmácia do hospital à Polícia Civil. O material está sendo analisado pela perícia.
O caso veio à tona por meio de uma denúncia do SINSERCA - Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, de que poderia estar ocorrendo adulteração e desvio de medicamentos do hospital.

Segundo a denúncia, a Dipirona estaria sendo usada no lugar de morfina e a Dolontina estaria sendo substituída por Decadron. Além disso, foi registrado o sumiço de 1.378 ampolas de morfina.

Uma ocorrência policial foi registrada no dia 6 de junho. A delegada trabalha inicialmente com o crime de furto e adulteração de medicamentos, além de peculato, caso seja comprovada a participação de funcionários da Fundação Hospitalar São Vicente de Paulo. No entanto, segundo Júnia Rodrigues, com o andamento do inquérito, novos crimes podem ser constatados.

A pena de furto é de quatro anos de reclusão.  A de peculato, 12 anos, e a de adulteração de medicamentos chega a 15 anos, sendo considerado crime hediondo.
A delegada informou que a morfina e outros medicamentos que sumiram do hospital são opióides (derivados do ópio) de uso restrito e controlado que causam grande dependência. “A morfina é uma substância viciante, que afeta o organismo até mais do que a cocaína”, declarou.

Pela grande quantidade da droga que sumiu do hospital, a Polícia Civil acredita que as substâncias estão sendo usadas há muito tempo por uma ou por várias pessoas, o que também será apurado no inquérito.


O QUE É A MORFINA - A morfina é a única droga que reduz a dor de forte intensidade a zero. A morfina foi obtida a partir do ópio há 200 anos, na Alemanha. O ópio é retirado do leite da papoula e tem sido usado como remédio há mais de 2.000 anos.

Hoje, o tratamento com morfina geralmente se restringe a dois grupos de doentes: aqueles que precisam da droga por um período curto, no hospital, para enfrentar dor de cirurgia, osso quebrado ou ferimento; e os que fazem uso crônico dela, como as pessoas queimadas e os portadores de câncer.

Em um hospital, é fácil receitar morfina. Para o doente que está em casa, entretanto, a obtenção da droga é um drama para a família. Ou para ele mesmo se não tiver quem o ajude.
Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi instaurada na reunião ordinária da Câmara Municipal realizada, dia 28 de agosto, para investigar, em um período de 90 dias, irregularidades ocorridas na farmácia da Fundação Hospitalar São Vicente de Paulo, em Capelinha.

Até a próxima segunda-feira, dia 1º de Setembro, os vereadores devem indicar os nomes dos vereadores que vão participar da CPI e, caso não o façam, cabe ao presidente indicar por meio de ofício.


FONTE: Jornal Acontece, via Gazeta de Araçuaí.