Se assim como eu, você também está entrando na curva dos 40, você foi testemunha do carnaval turmalinense que se perdeu no tempo e no espaço. Enquanto a danceteria Cipó era o endereço dos bailes de salão, a rua virava palco para o desfile da escola de samba. O grupo puxava os diversos blocos que eram formados e os “caretas” ainda habitavam o imaginário das crianças.
Naquela época os ribeirões que banhavam a cidade ainda não haviam sido assassinados pelas empresas de reflorestamentos e pela ignorância de algumas pessoas. Em meados dos anos 90, a cultura popular que se manifestava nas ruas chegou até a barragem, construída as margens da BR-367 (a estrutura em cimento ainda existe, mas a água também ficou apenas no nosso imaginário). Já no ano de 2009, um grupo de turmalinenses (preocupados em resgatar essa cultura perdida) criou a AMASTUR – Associação dos Amantes do Samba.
A iniciativa deu certo! A idéia da bateria de escola de samba, desfilando pelas ruas da cidade foi retomada e em apenas 03 anos a escola já atingiu uma centena de integrantes. Os “Anjos do Samba”, que no passado eram os “Demônios do Samba” já deram uma demonstração de que o céu está muito bem representado aqui na terra. O grupo também evoluiu no visual. Pela primeira vez as cores estiveram presentes nos abadás, desenvolvido pelo designer Ivan Macedo, que buscou inspiração nos trajes que colorem o carnaval da Bahia.
Mas a confirmação de que o carnaval finalmente ressuscitou, não está apenas na evolução apresentada pelos Anjos do Samba. A prova de que as novas gerações entenderam a mensagem circula no facebook.
A imagem acima foi postada no site de relacionamentos sociais pela moradora da “Praça da Granja” Neuza Kuniyoshi. “Fico encabulada com a resistência dos meninos. Eles merecem participar da escola de samba Anjos do Samba”, disse a turmalinense (por adoção) ao comentar o seu próprio post. A internauta Daniela Landazuri aproveitou a postagem para chamar a atenção dos internautas. “Pó galera, vamos falar com o pessoal da escola de samba para arrumar um lugar pra eles. Pelo menos a Neuza vai dormir e os meninos vão fazer a sua própria festa”, disse a internauta em tom de satisfação.
O que se conclui com base nesse e em outros comportamentos da sociedade é que a cada ano, a proposta de resgate do carnaval local ganha novos adeptos. Acesse a PONTOCOM – Música & Notícia e acompanhe as informações sobre a apuração do carnaval no Rio de Janeiro – www.radioturmalina.com
