De acordo com informações de funcionários, havia pelo menos 150 pessoas na Policlínica no momento do tumulto. Segundo a Polícia Militar, o carroceiro Manoelito Pereira dos Santos, 48 anos, residente na rua Dom Serafim, no Bairro Santa Teresa, foi baleado no peito e região das virilhas, por dois agentes de segurança do presídio da cidade. Eles escoltavam quatro presos que realizavam atendimento no local.
Familiares do carroceiro informaram que ele fazia tratamento de epilepsia e há dois dias havia sido medicado no hospital São Vicente, após uma crise. Funcionários da policlínica contaram que tudo foi muito rápido. Segundo eles, Manoelito Pereira chegou à Policlínica por volta das 13h30min, armado com um machado. Ele aproveitou que a porta da farmácia estava aberta e ameaçou a farmacêutica e a atendente que faziam distribuição de remédios.
Após ser baleado, a Polícia Militar foi acionada para dar socorro ao carroceiro que foi levado para o hospital local por volta das 14 horas. Ele faleceu cerca de duas horas depois. A delegada da Polícia Civil Ana Paula Balbino foi chamada ao hospital. Ela declarou que ainda não tinha detalhes dos fatos e que vai aguardar o Boletim de Ocorrência para decidir que medidas serão tomadas.
O diretor do presídio Edmar Cassemiro não quis dar declarações sobre o fato. Ele acompanhou os dois agentes até o quartel da Polícia Militar, onde foi lavrado Boletim de Ocorrência. Um deles foi identificado apenas como agente Nascimento. O outro não estava com a identificação no uniforme. Eles também não quiseram falar com a reportagem.
A irmã do carroceiro, Laurinda Pereira, de 60 anos, contou que seu irmão era solteiro e morava com a mãe que é aposentada. Ela informou que Manoelito saiu de casa após o almoço, para apanhar lenha com sua carroça. Ela disse também que desde segunda-feira ele estava bastante agressivo, andando de um lado para o outro. "Ele tomava remédios controlados e fazia uso de bebida alcoólica" revelou a mulher.
"Se não fossem estes agentes de segurança poderia ter ocorrido uma tragédia aqui dentro da Policlínica já que aqui não existe nenhuma segurança", admitiu a auxiliar de enfermagem, Terezinha de Fátima Alves, 58 anos.
A atendente da farmácia básica, Jaqueline Moreira Lopes, e a farmacêutica Betânia Borges, que foram ameaçadas pelo carroceiro, estão em estado de choque e não foram localizadas para comentar o assunto. Funcionários da Policlínica disseram que um paciente fez imagens pelo celular de todo o tumulto.
FONTE: GAZETA DE ARAÇUAÍ