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REDE PONTOCOM DE RÁDIO

11 de setembro de 2013

DIAMANTINA - HOSPITAL QUE ATENDE 19 MUNICÍPIOS DO VALE PASSA POR CRISE FINANCEIRA.

O Hospital Nossa Senhora da Saúde de Diamantina, fundado em 1901, passa por problemas financeiros e amarga um déficit em suas contas há 4 anos. A instituição, que atende cerca de 2 mil pacientes por mês, tem 109 funcionários e vem se desdobrando para cumprir seus serviços com o baixo orçamento do Serviço Único de Saúde (SUS) e a falta de dinheiro em caixa.



Pagar fornecedores, quitar as dívidas de 100 mil com as empresas COPASA e CEMIG e tentar aumentar os investimentos das prefeituras da região nos serviços utilizados aqui, estão nos planos urgentes da nova diretoria para tentar equacionar a crise.

A instituição atende 19 municípios da macrorregião  do Jequitinhonha com oferta dos serviços de pediatria, ortopedia, clinica geral, obstetrícia e ginecologia.

No entanto de acordo com a provedora do Hospital Nossa Senhora da Saúde, Gislene Maria Camelo Motta, as prefeituras repassam os recursos propostos no programa de pactuação integrada do ministério da saúde (PPI), mas mandam um número muito maior que o proposto para utilizar os serviços.

O Consorcio Intermunicipal AMAJE que representa estes municípios através de sua secretária executiva, Amanda Pimenta Pires, argumenta que o Hospital deve elaborar um reajuste no repasse dos municípios, mas em contrapartida aumente a oferta de cirurgias e outros serviços.

O custo da manutenção da instituição é de R$ 1,2 milhões, mas de acordo com a provedora apenas R$ 500 mil reais entram na conta da instituição para este fim. O saldo negativo vem acumulando uma dívida constante e um acúmulo de R$ 1,6 milhões.

Nos últimos 4 anos a prefeitura de Diamantina deixou de repassar R$ 4 milhões para a instituição. Na atual administração, o prefeito Paulo Célio informou que o repasse só poderá ser feito mediante a projeto de lei aprovado na Câmara municipal, mas reconhece que a saúde necessita de investimentos urgentes.

De acordo com a provedora são vários os fatores que contribuem para a crise na instituição. A tabela do SUS totalmente defasada, chegando a pagar R$ 10 reais por uma cirurgia; O alto custo da mão de obra médica e a falta de reajustes nos repasses dos convênios das prefeituras usuárias dos serviços. Segundo Gislene a 7 anos a casa recebe o mesmo repasse de verbas do SUS, mas os serviços oferecidos encareceram.

Outro problema enfrentado pelo Hospital é o atraso nos repasse dos convênios do estado e ministério da saúde. “Cada serviço tem uma conta especifica e não tem como transferir o dinheiro de uma conta pra outra. No mês de julho, por exemplo, o estado atrasou de repassar R$ 100 mil reais do programa Rede Resposta comprometendo o pagamento dos funcionários e dos médicos” relatou.

De acordo com Raquel Dias Gomes,  diretora administrativa, outro impasse enfrentado pela instituição é sua classificação em Nível III de complexidade. “Esta escala é injusta diante dos serviços que ofertamos e nos faz receber menos recursos. Se fosse revista para o Nível II receberíamos muito mais” comentou.

Autoridades buscam soluções para a crise do hospital. 
Em recente visita a unidade o secretário estadual de saúde, Antônio Jorge, fez uma doação emergencial de R$ 200 mil reais, para a casa de saúde resolver parte dos problemas e prometeu rever os investimentos das prefeituras nos serviços ofertados.

Segundo Jerry Adriano Matos, diretor Financeiro, 92% dos usuários de saúde desta região dependem do Sistema Único de Saúde – SUS. A direção do Hospital informou que não existe a possibilidade de interromper seus serviços mas necessita de tempo e dinheiro para equilibrar as finanças. Na imagem abaixo uma foto do prédio na época em que ele pertencia ao barão de Paraúna. O prédio foi doado pela sua família para se tornar um hospital.

FONTE: Portal do Vale.