O prefeito de Berilo, no Vale do Jequitinhonha (MG) Higor Maciel
Coelho (PMDB) afirmou na semana passada em Belo Horizonte, que a prefeitura não
tem condições financeiras de reconstruir a galeria da principal avenida de
acesso à cidade. A Avenida Geraldo Alves Martins foi destruída pelas últimas
chuvas que caíram na região.
A avenida também garante o acesso às cidades de Chapada do Norte e Minas
Novas, via BR-367. O prefeito esteve na capital mineira em busca de ajuda do
governo estadual e afirmou que são necessários cerca de R$ 108 mil reais para
adquirir manilhas de aço de 2 metros de diâmetro para serem colocadas
na galeria que está completamente destruída. “Já entregamos o orçamento à
Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas e estamos aguardando a
liberação dos recursos”, disse ele.
De acordo com o prefeito, a prioridade da administração é garantir que o
fluxo de carros seja totalmente normalizado na avenida. “Nasci e me criei aqui e nunca
tinha visto nada igual. Todos os anos, a prefeitura limpava o canal para evitar
entupimento. Berilo acabou”, relata Higor Maciel.
Foi dessa forma que o aposentado João da Cunha, de 83 anos, falou a
respeito do buraco, que tem dimensões de uma cratera com mais de 10 metros de
profundidade que se abriu na avenida, dividindo Berilo em duas: o centro da
cidade e o bairro São Francisco.
Para o empresário Silvano Ramalho, o desastre foi provocado por um
loteamento acima da galeria. “Fizeram terraplenagem e jogaram toda a
terra no córrego. Quando veio a chuva, toda a terra desceu para a galeria que
não suportou o volume de entulho e transbordou”, contou Ramalho que
teve um prejuízo de R$70 mil. A água entrou no depósito da sua loja que fica
próxima ao local. A prefeitura utilizou uma retroescavadeira para abrir um
canal de escoamento da água que invadiu a avenida e isolou os moradores.
Um enorme paredão de concreto teve de ser destruído. Quando as águas
baixaram uma outra manilha foi colocada e, em seguida, sacos de
areia e terra foram jogados por cima, para normalizar o trânsito. Dias
depois, um caminhão com mais de 20 toneladas atravessou o trecho que cedeu e
reabriu a cratera. Ficou apenas uma pequena faixa que possibilita a passagem de
pedestres e motos.
A imagem que se tem é de completa destruição. Toda a tubulação de água e
esgoto está suspensa e à mostra. Há muitos destroços de concreto, restos de
manilhas e muito lixo dentro do buraco. Um pequeno lago se formou e os
moradores temem um surto de dengue. O prefeito decretou situação de emergência
no município que possui cerca de 13 mil habitantes.
Fonte: Gazeta de Araçuaí, via Blog do Jequi.