Deflagrada na manhã desta terça-feira (18) pela Polícia
Federal (PF) em Minas para coibir fraude na Previdência Social no Norte de
Minas, a operação “Curinga”. Ela será desmembrada para investigar se candidatos
da coligação do PT foram beneficiados na eleição de outubro. Os nomes dos
deputados Reginaldo Lopes, reeleito
para Câmara Federal e cotado para ministro da Educação, e o deputado estadual Paulo Guedes, são citados no relatório
parcial da ação policial como possíveis beneficiados pelo esquema montado dentro
da prefeitura e da Câmara Municipal de Monte Azul.
Além da Zona da Mata, o Norte
de Minas e Vale do Jequitinhonha, foram as regiões que a presidente
reeleita, Dilma Rousseff obteve maior vantagem perante o tucano Aécio Neves,
seu principal oponente.
Somente em Monte Azul Dilma obteve 76% dos votos da
cidade, enquanto Aécio teve 14%. O vice-prefeito de Monte Azul, Antônio Idalino
Teixeira (PT), é um dos alvos da operação. Contra Idalino, foi expedido mandado
de condução coercitiva, além de busca e apreensão em sua residência e na
prefeitura.
Já o servidor do INSS da cidade de Espinosa, localizada a
40 Km de Monte Azul, e os vereadores Geraldo Moreira dos Anjos e Marineide
Freitas Ferreira Silva foram presos temporariamente. O vereador Francisco de
Assis Gonçalves Dias foi conduzido para prestar depoimento e teve a casa
vasculhada pelos federais.
Três secretários de Monte Azul também estão entre os
investigados. São eles: Aurélia de Paula Santos (Educação), Vanessa dos Anjos
Dias (Saúde) e Cássia Michele Gomes (Finanças). Para os três secretários, foi
expedido mandado de condução coercitiva, além de busca e apreensão. O presidente do sindicato dos trabalhadores rurais de
Monte Azul, Antônio Tolintino, e seu secretário, Nilton Rodrigues Nunes, tiveram
prisão temporária decretada.
Conforme as investigações, os investigados fraudavam
processos de aposentadorias rurais por tempo de serviço e os benefícios eram
concedidos a pessoas que não preenchiam os requisitos legais. Em troca, os suspeitos
exigiam e recebiam vantagens indevidas e até mesmo apoio político na região, o
que será apurado na segunda fase da operação Curinga.
Ao jornal Hoje em Dia, o deputado Paulo Guedes
classificou a operação de factóide eleitoral, mas compromete-se a averiguar o
assunto. “Se houve alguma irregularidade não tenho nada a ver com isso. Obtive
165 mil votos em todo estado. É impossível policiar todos os aliados no
estado”, declarou. Procurado, o deputado Reginaldo Lopes não foi encontrado.
FONTE: HD, via Gazeta de Araçuai