Um estudo da Companhia de Pesquisa de Recursos
Minerais (CPRM) do Serviço Geológico do Brasil divulgado no inicio da semana, revelou novas reservas de lítio no Vale do Jequitinhonha, com alto potencial de
exploração econômica. A pesquisa, que começou em 2012, mapeou todas as reservas
do metal no país.
Segundo o presidente da CPRM, Eduardo Jorge
Ledsham, a descoberta de novos depósitos no nordeste de Minas é desafiadora. “A extração é feita pela Companhia Brasileira
de Lítio para utilização na indústria de vidro e cerâmica. Ainda faltam
investimentos em tecnologia para aproveitar o recurso na produção de baterias
ou medicamentos, por exemplo”, diz.
Com essa descoberta, o Brasil pode aumentar em
20 vezes suas reservas. Hoje, o país tem 0,4% das reservas de lítio do mundo. A
estimativa é que, em 2019, já responda por 8%, tornando-se o quinto país no
ranking de reservas mundiais. Atualmente o país produz 1% do mineral em uso no
mundo, o que equivalente a 48 mil toneladas. Argentina, Chile e Bolívia,
juntos, agrupam cerca de 70% das reservas conhecidas de lítio do planeta,
estimadas em mais de 13 milhões de toneladas, segundo dados da CPRM.
O metal, que é chamado de “petróleo branco”,
tem custo de cerca de US$ 30 mil a tonelada, mas esse valor tende a subir com a
demanda. O valor de mercado total do lítio no mundo deve subir para US$ 43
bilhões já em 2020, segundo a consultoria norte-americana Market Research.
A demanda por esse metal para a produção de
itens de alta tecnologia tem aumentado, mesmo com a crise econômica global. “O lítio vai sair da coxia e se apresentar em
palco principal. O metal é altamente procurado pela sua aplicação em baterias.
Países que querem se tornar competitivos precisam estar atentos, e o Brasil
está de olho,” comenta.
A diretora de Desenvolvimento Sustentável na
Mineração do Ministério de Minas e Energia, Maria José Salum, falou da
importância estratégica deste projeto para Minas Gerais. “Além de atrair investimentos, a descoberta pode trazer um
desenvolvimento regional e geração de empregos aos moradores do Vale do
Jequitinhonha,’’ diz.
Para o superintendente da Federação das
Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Paulo Brant, nascido no Vale do
Jequitinhonha, o estudo abre novas possibilidades. “A primeira fase do projeto é um avanço, mas é preciso que o governo
estadual invista, para que os pesquisadores prossigam com o projeto,” diz.
Fonte: Blog do Banú, por Mª Lúcia Gontijo.