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REDE PONTOCOM DE RÁDIO

6 de abril de 2017

EXTRAÇÃO DE LÍTIO PODE REPRESENTAR A REDENÇÃO ECONÔMICA DO JEQUITINHONHA.

Um estudo da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) do Serviço Geológico do Brasil divulgado no inicio da semana, revelou novas reservas de lítio no Vale do Jequitinhonha, com alto potencial de exploração econômica. A pesquisa, que começou em 2012, mapeou todas as reservas do metal no país.

Segundo o presidente da CPRM, Eduardo Jorge Ledsham, a descoberta de novos depósitos no nordeste de Minas é desafiadora. “A extração é feita pela Companhia Brasileira de Lítio para utilização na indústria de vidro e cerâmica. Ainda faltam investimentos em tecnologia para aproveitar o recurso na produção de baterias ou medicamentos, por exemplo”, diz.


Com essa descoberta, o Brasil pode aumentar em 20 vezes suas reservas. Hoje, o país tem 0,4% das reservas de lítio do mundo. A estimativa é que, em 2019, já responda por 8%, tornando-se o quinto país no ranking de reservas mundiais. Atualmente o país produz 1% do mineral em uso no mundo, o que equivalente a 48 mil toneladas. Argentina, Chile e Bolívia, juntos, agrupam cerca de 70% das reservas conhecidas de lítio do planeta, estimadas em mais de 13 milhões de toneladas, segundo dados da CPRM.

O metal, que é chamado de “petróleo branco”, tem custo de cerca de US$ 30 mil a tonelada, mas esse valor tende a subir com a demanda. O valor de mercado total do lítio no mundo deve subir para US$ 43 bilhões já em 2020, segundo a consultoria norte-americana Market Research.

A demanda por esse metal para a produção de itens de alta tecnologia tem aumentado, mesmo com a crise econômica global. “O lítio vai sair da coxia e se apresentar em palco principal. O metal é altamente procurado pela sua aplicação em baterias. Países que querem se tornar competitivos precisam estar atentos, e o Brasil está de olho,” comenta.

A diretora de Desenvolvimento Sustentável na Mineração do Ministério de Minas e Energia, Maria José Salum, falou da importância estratégica deste projeto para Minas Gerais. “Além de atrair investimentos, a descoberta pode trazer um desenvolvimento regional e geração de empregos aos moradores do Vale do Jequitinhonha,’’ diz.

Para o superintendente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Paulo Brant, nascido no Vale do Jequitinhonha, o estudo abre novas possibilidades. “A primeira fase do projeto é um avanço, mas é preciso que o governo estadual invista, para que os pesquisadores prossigam com o projeto,” diz.


Fonte: Blog do Banú, por Mª Lúcia Gontijo.