Na tarde desta quarta-feira
(07) nós recebemos uma correspondência (assinada pela direção do Hospital São
Vicente Paulo), informando sobre o atraso no repasse de verbas por parte do
poder público, que são essenciais para manter o atendimento dos pacientes que a
cada minuto buscam atendimento junto à instituição.
Para se ter uma ideia da
gravidade do assunto, no momento o Hospital São Vicente já está usando os
recursos que seriam destinados para a compra de equipamentos, na aquisição de
medicamentos e na manutenção de outros serviços básicos. O mesmo ofício também
foi enviado ao Ministério Público, Prefeitura e Câmara Municipal de Turmalina,
Superintendência Regional de Saúde de Diamantina e Conselho Municipal de Saúde
de Turmalina.
De acordo com o oficio número 02/2015
o atraso incide sobre três convênios. Dois deles com o Governo do Estado de
Minas Gerais e o outro com a Prefeitura Municipal de Turmalina. A ausência deste
recurso no caixa da instituição já provocou uma dívida de R$ 709.280,36 até a
data de hoje. “Para pagar pelo menos o 13º salários dos funcionários o hospital teve
que recorrer a um empréstimo bancário”, disse o diretor administrativo
Douglas Cordeiro dos Santos, em conversa informal com a nossa reportagem.
De acordo com a carta é
possível que alguns serviços tenham que ser interrompidos, caso a prefeitura ou
o estado não sinalizem de forma positiva. “Registra-se que as
dificuldades desta Casa de Saúde têm aumentado à medida que não conseguimos
honrar os compromissos firmados, sem considerar os juros e protestos oriundos
da dívida, além do risco de descontinuidade de algum serviço por falta de
insumos (materiais e medicamentos) e suprimentos diversos”,
diz o oficio.
A direção do hospital também explica que não está à
procura de culpados e sim de uma solução rápida que possa resolver um problema
que coloca a saúde do município numa encruzilhada perigosa. “Também registra-se que não
temos a intenção de apontar culpados, mas a opção por envolver estes atores e
orgãos competentes, se dá, única e exclusivamente porque o Hospital São
Vicente, diante de um problema de interesse coletivo, que poderá afetar a
comunidade, não visualiza outros meios ou alternativas para resolvê-lo sozinho”,
completa.
O documento enviado aos órgãos públicos, no qual a Rede
PONTOCOM de Rádio teve acesso destaca a participação dos profissionais da
instituição que mesmo com salários atrasados estão firmes no seu papel. “Registra-se
nosso profundo respeito aos funcionários e médicos que estão sem receber os
pagamentos há 02 (dois) meses, ainda assim, diante do profissionalismo e
comprometimento têm se mantido firmes em seus postos de trabalho. Ainda assim,
infelizmente, temos recebido solicitações de desligamentos e Serviços como a Ortopedia,
Cirurgia, Obstetrícia, Pediatria, Pronto-Atendimento, Laboratório, Radiologia, dentre
outros, poderão ser interrompidos caso a situação não seja regularizada. Infelizmente,
a possibilidade de paralisações parciais ou integrais não são descartadas,
principalmente porque dentro de algumas semanas, suprimentos básicos (materias,
medicamentos, alimentos) poderão faltar para manter as atividades e não seremos
coniventes e irresponsáveis ao ponto de manter esta casa de saúde aberta sem
condições de salvar vidas”, fecha aspas.
O Hospital São Vicente de Paulo, também informa que foi
movida uma ação junto ao Ministério Público Federal, que considerou a suspensão
das verbas do estado como arbitrárias e definiu um prazo para que o repasse
fosse feito. A data para o pagamento foi 05 de janeiro de 2015. No entanto, até
a manhã desta quinta-feira (08) o hospital ainda não havia recebido 01 centavo sequer.
A direção do hospital destaca que ninguém é a favor de
uma paralisação. “Possíveis paralisações parciais ou integrais dos serviços são alheias à
vontade desta casa de saúde, no entanto, a medida que os dias passam, nossas
limitações aumentam e possibilidades de resolução desta problemátiva diminuem
por estarmos totalmente dependentes dos pagamentos em atraso e regularidade nos
contratos vigentes e não temos outra alternativa para manutenção do básico. Ressalta-se
que até o momento foi assegurado à população os serviços de assistência à
saúde, no entanto, compete alertá-los que os atrasos comprometem e colocam em
risco a continuidade e manutenção dos serviços, uma vez que a instituição
depende do valor para quitar compromissos firmados”, finaliza.
O oficio enviado aos órgãos públicos foi assinado pelo
Presidente da Conferência São Vicente de Paulo Anderson Cordeiro dos Santos,
pelo Diretor Administrativo Douglas Cordeiro dos Santos e pelo Diretor Clinico Silano Lúcius Lopes Martins.
Nós enviamos um e-mail para a
Secretaria de Saúde do Estado Minas Gerais pedindo explicações sobre o atraso,
mas ainda não obtivemos uma reposta. Através de uma rede social nós entramos em
contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de
Turmalina para saber se a prefeitura tem alguma previsão sobre o repasse. A
assessora Kely Godinho disse que conversou com o prefeito (hoje por volta das 12h00min) e que as 14h30min
desta quinta-feira (08) a prefeitura vai se posicionar sobre o assunto.
Por volta das 14h30min, a Assessora de Comunicação da Prefeitura Municipal de Turmalina, disse que esteve com o vice Geraldinho e segundo ele o prefeito Zilmar já agendou uma conversa com a direção do hospital, para resolver a questão.
Por volta das 14h30min, a Assessora de Comunicação da Prefeitura Municipal de Turmalina, disse que esteve com o vice Geraldinho e segundo ele o prefeito Zilmar já agendou uma conversa com a direção do hospital, para resolver a questão.
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