Na última quinta-feira (26), a
Câmara Municipal de Turmalina visitou mais uma comunidade rural. O programa
implantado pelo atual presidente tem como objetivo aproximar os cidadãos
turmalinenses do legislativo municipal, para debater e discutir ideias que
possam ser implantadas a curto, médio e em longo prazo.
No momento o foco principal do
debate iniciado entre a câmara e os moradores da zona rural tem sido a água. “A
nossa proposta é se reunir com todas as comunidades rurais do município de
Turmalina, detectar os problemas com a escassez de água e logo em seguida
elaborar um diagnóstico que possa nos ajudar a resolver tais problemas”,
explica o Presidente da Câmara Noraldino Gonçalves/DEM em uma reunião realizada
na comunidade Gentio na tarde desta quinta-feira. Com o documento na mão a
câmara deve buscar parceria junto à prefeitura, empresas privadas, instituições
e governo do estado através do Instituto Estadual de Florestas.
A equipe da Câmara Municipal,
liderada pelo atual presidente já esteve na comunidade Barreiro, onde foi
realizada uma reunião e apresentada a mesma pauta. “Na comunidade Barreiro dos 17
córregos mapeados apenas 01 está correndo água. Aqui na comunidade Gentio o
problema é parecido, dos 14 córregos mapeados apenas o Córrego do Lapeiro corre
água, e de forma parcial”, explica Noraldino em conversa com a nossa
reportagem.
A comunidade Gentio possui 61
famílias. 19 delas dependem da água do Rio Fanado (que também já está em estado
de alerta, devido ao baixo volume de água). O restante das famílias utilizam
águas de cisternas, barragens e algumas precisam do abastecimento de um
caminhão pipa. “A APLAMT fez um bom trabalho aqui. Eles construíram 16 bacias de
contenção que segura a água das chuvas. O CAV fez 03 barragens que nos ajuda
muito. Se não fosse essas duas instituições ninguém mais estaria aqui”,
revela Adão Alves, morador da comunidade.
Para o agricultor Manoel João
dos Santos a chegada de uma grande companhia na região foi o que provocou a
seca nos córregos que antes abasteciam o Rio Fanado, que fica a 2 km da
comunidade. “A Acesita quando chegou à região ocupou as chapadas e empurrou o povo
para as grotas. Até 1992 nós plantávamos arroz e hoje não se planta mais. Foi a
cultura do eucalipto que acabou com a água na nossa região”, relata.
O Secretário de Indústria e
Comércio de Turmalina, Jadilson Cordeiro foi convidado para participar da
reunião. O secretário, que tem formação acadêmica em meio ambiente disse que a
antiga Acesita Energética não pode ser responsabilizada sozinha pela falta d’água.
“Todos
nós contribuímos para a escassez de água. No Fanha nós temos um terreno que
fica a 06 km do eucalipto e hoje as nossas nascentes também secaram e nós somos
culpados, pois fizemos a coisa de forma errada”, explica. Jadilson
também disse que os “carreadores” destroem mais do que o próprio plantio do eucalipto.
“Os
carreadores que foram abertos pela antiga Acesita é que acabou assoreando alguns
córregos. Infelizmente há 30 anos nós permitimos que a coisa fosse feita sem um
projeto técnico e sem acompanhamento. Precisamos elaborar esse documento e
convidar a empresa para ser uma de nossas parceiras”, relata.
Na próxima semana a Câmara
Municipal de Turmalina deverá elaborar um calendário onde serão
definidas quais serão as próximas comunidades a receberem a visita desse grupo,
que já está sendo chamado pelos próprios moradores de “Caravana da Água”.
Para mais informações
sobre Turmalina e região: PONTOCOM – Música & Notícia