Uma tatuagem feita em uma
cadela da raça pit bull em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, causou polêmica
na internet e nas ruas da cidade mineira. O animal de oito meses de
idade foi tatuado pelo dono que trabalha como tatuador profissional.
Jaykson Rockstrok garantiu que não teve a intenção de maltratar o animal e se
defende. “Fiz essa tatuagem há 10 dias e postei na internet. Desde então várias
pessoas que nem me conhecem, não sabem da ideologia da gente ficam me xingando,
me difamando, falando altas coisas ridículas. Falaram mal até da minha família”, contou o tatuador ao site G1 do Sistema Globo.
Jaykson não imaginava que um
simples desenho no animal de estimação fosse causar tantos problemas. Ele
garantiu também que adotou todos os procedimentos padrões assim como faz quando
vai tatuar uma pessoa. “Não fiz isso para
aparecer ou divulgar o meu trabalho ou algum tipo de técnica. É por isso que estão
me julgando. Sempre tive animais e jamais os maltratei. Nunca deixei eles
presos ou sem comida. Fiz por estética”, afirmou Jaykson.
A veterinária Lídia Roedel
lamentou o ocorrido e diz que a prática não pode se tornar habitual. “Os riscos em um procedimento como esse são
os mesmos de fazer uma tatuagem em um ser humano, só que o ser humano vai fazer
o procedimento por vontade própria, no caso do animal a vontade é do dono, ele
é quem escolhe tatuar o animal. Isso se enquadra no crime de maus-tratos, mutilação.
A gente espera que isso não vire moda”, diz a veterinária.
O delegado Washington Filho
afirmou que foi instaurado um procedimento para apurar um possível crime de
maus-tratos contra o animal, previsto no artigo 32 da Lei 9.605. O delegado
ainda alerta que quem faz este tipo de ação pode até ser preso. “Mas eu quero deixar bem claro que a Polícia
Civil instaurou o procedimento com fim, único e exclusivo de averiguar o que de
fato ocorreu. Porque sabemos que para a caracterização de crimes e principalmente
esse delito que estamos apurando, é necessário que o autor tenha agido com
dolo, com a vontade inequívoca de causar a dor ao animal ou mesmo submetido a
maus-tratos. Essa situação será apurada dentro do processo legal”, garante
o delegado.