Além de casas
fechadas, a migração em busca de oportunidades de trabalho provocou no Vale do
Jequitinhonha o isolamento de pessoas idosas, que perderam passo a passo a
companhia dos parentes. É a situação de Maria Zilda de Matos, de 66 anos,
produtora rural em Chapada do Norte. Criada numa família de 12 irmãos, ela
não se casou e não teve filhos. Perdeu a mãe aos 14 anos e ajudou a criar sete
irmãos mais novos.
O pai de Maria Zilda era migrante e, todos os anos, viajava para trabalhar no corte de cana. Ela conta que, ao chegar na fase adulta, cinco irmãos seguiram o caminho do pai e também se empregaram como cortadores de cana no interior de São Paulo. “Como meus irmãos ficavam fora, eu também cuidava dos meus sobrinhos.”
Com a seca e a falta de oportunidades na região, os irmãos e os sobrinhos dela foram embora de vez, em busca de trabalho em São Paulo. Com a morte do pai, Maria Zilda, hoje, mora sozinha, cuidando de sua propriedade, na localidade de Gravatá. Antigos moradores, que eram seus vizinhos mais próximos, também migraram. “Moro com Deus, que é a nossa salvação e minha companhia”, diz a agricultora, que atua como líder comunitária na região.
Apesar da solidão, Maria Zilda não desanima e cuida da pequena propriedade, onde planta lavoura e cria pequenos animais. Assume serviços pesados, como o carregamento de lenha nos braços. “Hoje, as coisas estão mais difíceis. As despesas na roça eram menores. A gente usava roupa de algodão feita em casa. Não tinha que comprar roupas. Também não tinha despesa com telefone, essas coisas”, observa.
FONTE: EM, por Luís Ribeiro e
Solon Queiroz.
VÍDEO - Abaixo vídeo com informações sobre o Programa de Aquisição de Alimentos desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Turmalina, publicado aqui mesmo no inicio da semana. Se você ainda não assistiu, veja agora!
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