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REDE PONTOCOM DE RÁDIO

25 de fevereiro de 2015

CAPELINHA – GAROTO DA CIDADE É ADOTADO POR CASAL HOMOSEXUAL.

No fim de outubro do ano passado um casal de São Paulo recebeu uma ligação do abrigo Mamãe Dolores em Capelinha informando sobre uma decisão judicial que mudaria a vida de um garoto da cidade. “Terminado o segundo turno das eleições, um telefonema de um dos grupos de adoção empenhados na busca ativa de pais para crianças em abrigos nos avisou. Havíamos sido habilitados pela Vara de Família do Rio em julho e, três meses depois, uma criança que se encaixava em nosso perfil estava num abrigo numa cidade no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Partimos com os corações aos pulos, eu e meu companheiro de 12 anos, numa viagem que nos pareceu interminável até Capelinha, cidade no Norte de Minas onde fica o Abrigo Lar Mamãe Dolores. Trata-se de uma jornada de avião até Belo Horizonte, outro voo até Montes Claros e quatro horas de carro alugado até Capelinha”, disse Gilberto Scofield Jr que ao lado do seu companheiro Rodrigo Barbosa adotou uma criança que foi rejeitada pela família.


Ele prossegue dizendo. “Durante a jornada, dentro do carro nossas cabeças doíam na expectativa do que poderia acontecer: será que ele vai com a cara da gente? E se ele não gostar de dois pais? Entre as intermináveis plantações de eucalipto que margeiam a rodovia estadual MG-308, a ansiedade só fazia crescer. Depois da ida à Justiça local, da visita ao advogado que daria entrada no pedido de guarda provisória, chegou a hora de conhecer o moleque”, relata ao Jornal Estadão.

O Lar Mãe Dolores é um abrigo simpático e simples para uma cidade como Capelinha. P.H estava lá: um menino de quatro anos que foi se aproximando desconfiado, mas que depois de 15 minutos, já estava brincando alegremente de carrinho com os novos pais. “Nossos corações se encheram de esperanças, era emoção demais, carência demais de um lado e do outro, vontades súbitas de cair em prantos a troco de nada”, revelam.

Negligenciado pelos pais alcoólatras, P.H foi parar no abrigo aos dois anos de idade quando a mãe morreu (aos 28 anos) de complicações do vício. O pai decidiu que não queria mais criar o filho. Seis meses depois, uma mulher solteira em São Paulo o pegou para adoção, mas acabou denunciada pelo próprio irmão e por uma vizinha por maus tratos, obrigando a Justiça intervir, devolvendo-o de novo ao abrigo. Mais uma rejeição.

O casal encerra afirmando que essa história é uma das poucas com final feliz. “Toda essa história que aconteceu nos últimos meses e virou a minha vida e a de meu companheiro de cabeça para baixo, com um final mais do que feliz e que pode ser conferido por todos os amigos que nos cercam, é apenas para deixar claro o seguinte: nós e o nosso filho P.H, nossos dois gatos e nosso cachorrinho somos uma família como qualquer outra família do país”, finalizam.

FONTE e FOTO: Blog Ser mãe é padecer na internet do Estadão.