O berilense Alex Martucheli publicou agora a pouco no Facebock, um post sobre a morte do Padre José Nuno, da paróquia de Berilo, ocorrida nesse Sábado. Jose Nuno de Castro e Silva tinha 72 anos e lutava contra um câncer.
O padre que veio de Portugal para o Vale do Jequitinhonha, há 34 anos atrás, ainda conservava o sotaque luso. Mas, a sua cidadania era brasileira. “Eu dobro a língua para dizer que não existe esse negócio de dupla nacionalidade... Eu sou Brasileiro, de Berilo no Vale do Jequitinhonha”, disse o Padre José Nuno em uma entrevista concedida ao jornalista Roney Rodrigues, e publicada na internet.
Na entrevista o padre explica como o município de Berilo era em 1976. “Minha paróquia tinha 1.600 km quadrados na época e eu tinha que andar tudo a cavalo. A região era muito pobre e o índice de analfabetismo muito grande”, relata. O padre que cuidou de leprosos na África, disse na entrevista que não estranhou a falta de higiene, principalmente daqueles que conviviam com a seca. “As condições precárias de higiene provocavam um grande índice de mortalidade infantil. Realizamos várias palestras sobre higiene pessoal e culinária, ensinando como os alimentos devem ser preparados, para que a mortalidade infantil fosse reduzida”, completa.
Uma das atitudes mais ousadas do Padre José Nuno para reduzir a morte de crianças em Berilo, foi conseguir a autorização do bispo para impedir que as mães das crianças que não vacinassem seus filhos assistissem à missa. O corpo do Padre Jose Nuno de Castro e Silva será velado neste Domingo, a partir das 14h30min em Contagem.
