Leia na integra a entrevista com Christiano de Almeida Santos publicada no Informativo São Vicente de Paulo no mês de Maio. Christiano é enfermeiro e trabalha na coordenação do setor de urgência e emergência do HSV. Ele é turmalinense e já está há 05 anos prestando os seus serviços para o hospital.
O que motivou os funcionários do hospital a permanecerem unidos e trabalhando mesmo com a crise que o hospital atravessa?
A grande verdade é que a saúde tem que ser prioridade. Sabemos que educação, transporte e outros também são importantes, mas, sem saúde você não vai conseguir usufruir nem do transporte e nem do ensino. Segundo a OMS saúde é a ausência não só de doenças físicas, mas de doenças psicoemocionais. Então a maior dificuldade que uma pessoa pode passar é quando ela adoece. Muitas vezes o paciente fica fragilizado e isso acaba atingindo toda a família. Por mais que as dificuldades existam, um dos fatos que nos impulsionou a trabalhar foi à união entre os funcionários. Mesmo sabendo que muitos aqui estão enfrentando problemas com atraso de contas, todos estão firmes e sempre pensando no próximo. A culpa não é do paciente e sim dos órgãos públicos responsáveis pelos repasses que mantém a instituição funcionando.
Apenas os salários estão atrasados ou a crise também já atingiu outros setores?
Infelizmente a crise não é apenas salarial, existe ainda a dificuldade na compra de materiais. Inclusive, até o algodão que um item considerado básico está em falta, por problemas com fornecedores. Isso está acontecendo devido ao atraso nos repasses, que não está sendo feito pelos órgãos responsáveis dentro dos prazos. Isso está acontecendo com a maioria dos hospitais.
Como profissional de saúde, qual análise você faz sobre o futuro? Essa situação pode melhorar?
È com tristeza que eu falo isso pra você. A situação em que o pais esta vivendo é muito complicada, mas nós não podemos perder o otimismo. È preciso acreditar que as coisas vão melhorar porque a saúde é um ponto primordial para a vida das pessoas. É preciso que os governos vejam a saúde de forma diferenciada, senão fica difícil acreditar que as coisas possam mudar.