O chão balançou de novo em Montes
Claros na manhã deste domingo (06). Cinco tremores assustaram moradores do
Norte de Minas – o mais forte, às 10h40min, atingiu 4,2 pontos na escala
Richter, registrados pelo Observatório Sismológico da Universidade de Brasília
(UnB). Por 45 minutos, 90 mil domicílios norte-mineiros ficaram sem luz – 70
mil deles em Montes Claros, metade dos imóveis da cidade. Os outros 20 mil
ficam nos municípios de Coração de Jesus, Grão Mogol e Botumirim.
De acordo com
a Cemig, os tremores provocaram problemas na subestação de energia que fica
perto do epicentro do fenômeno. Serviços de telefonia e internet foram
temporariamente interrompidos. Depois do abalo mais intenso, seguiram-se três
menores, chamados réplicas. Às 16h31min, o fenômeno voltou a assustar,
alcançando 4,1 pontos, segundo a UnB.
O reboco do
teto de uma casa caiu e uma criança ficou levemente ferida. Na Vila Alice, um
telhado foi danificado. Os serviços de telefonia deixaram de funcionar por cerca
de 30 minutos. O Corpo de Bombeiros recebeu cerca de 200 chamadas de pessoas
assustadas, pedindo orientação. Os tremores acabaram também com o sossego de freqüentadores
de bares e clubes de Montes Claros.
Maiores fenômenos
sísmicos não são novidades para os montes-clarenses. Em maio de 2012, um tremor
de 4,2 pontos na escala Richter provocou rachaduras em cerca 60 casas na Vila
Atlântica, situada na área onde há uma falha geológica.
Desta vez, o
susto foi considerável, pois os cinco tremores ocorreram no mesmo dia.
Moradores se angustiaram com a falta de informações sobre a intensidade do
fenômeno. Ontem de manhã, logo em seguida ao primeiro tremor, entrou em ação a
força-tarefa formada por Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Cemig, Defesa
Civil Municipal e Guarda Municipal. No entanto, a equipe não conseguiu
informações oficiais do Observatório Sismológico da UnB sobre a magnitude dos
abalos. O órgão é encarregado de monitorar tremores de terra no país.
O coordenador
municipal de Defesa Civil de Montes Claros, Mattsson Malveira, disse que a
falta de dados oficiais dificulta o trabalho de prevenção e orientação aos
moradores. “É preciso postura mais séria por parte do governo federal. Necessitamos
de informações mais detalhadas para podermos ajudar a população”,
criticou Malveira. De acordo com ele, a situação foi atípica, pois houve vários
tremores no mesmo dia.
O chefe do
Observatório Sismológico da UnB, professor Lucas Vieira Barros, explicou ao EM
que se encontrava numa cidade-satélite de Brasília. No fim de semana, não há
funcionários no Observatório, informou. No fim da tarde, o próprio professor
foi à sede do órgão providenciar a leitura dos dados.
De acordo com
o especialista, aparelhos registraram as magnitudes do primeiro e do último
abalos, mais fortes. “Os outros tremores, secundários ao primeiro,
foram de menor intensidade. É necessária leitura mais precisa para poder
calculá-los”, afirmou.
FONTE: Estado de Minas, via Aconteceu
no Vale.