Entre os dias 20 e 24 de outubro aconteceu na
Estação Ecológica da UFMG a primeira etapa das Oficinas do Tamborzeiro de Minas
Novas, Antônio Luís de Matos, mais conhecido como Mestre Antônio.
Na primeira parte “Construção de tambores e
instrumentos musicais”, os participantes aprenderam as técnicas,
processos e delicadezas necessárias à construção de seus próprios instrumentos,
o que envolveu sensibilidade para o traquejo com os materiais e a conexão com a
natureza.
Estas oficinas são uma iniciativa do projeto
Saberes Plurais, com apoio do Programa Polo Jequitinhonha, da Diretoria de Ação
Cultural da UFMG e da Pró-reitoria de Extensão da UFMG, que tem como objetivo o
resgate das tradições e saberes populares da região do Vale do Jequitinhonha.
A arte do tambor é uma herança cultural africana
que se espalhou historicamente no Brasil, colaborando com a construção do
arcabouço cultural do país, dando origem a diversos novos ritmos musicais.
Mestre Antônio, 75 anos, é um dos últimos
conhecedores das técnicas e traquejos dessa arte no Vale do Jequitinhonha. Ao
longo de sua vida, tem trabalhado para que essa tradição não se perca. Depois
da morte brutal de seu único filho, grande aprendiz de seus saberes, o tamborzeiro
tem se dedicado ainda mais à disseminação de seus conhecimentos.
O caboclo que tem licença ambiental para utilizar a
madeira necessária à confecção dos tambores e faz o replantio das espécies,
afirma com convicção e sabedoria que “é preciso tratar a natureza com cuidado:
colher e devolver”.
Contando também com o apoio da Estação Ecológica
UFMG, do Laboratório de Pesquisa em Atuação LAPA/EBA e do CENEX/EBA, as
oficinas terão ainda sua segunda parte “Tocando os tambores e os instrumentos
musicais” que acontecerá entre os dias 17 e 21 de novembro na Estação
Ecológica/Campus UFMG.
FONTE:
UFMG