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REDE PONTOCOM DE RÁDIO

8 de janeiro de 2015

TURMALINA – HOSPITAL PODE FECHAR AS PORTAS.

Na tarde desta quarta-feira (07) nós recebemos uma correspondência (assinada pela direção do Hospital São Vicente Paulo), informando sobre o atraso no repasse de verbas por parte do poder público, que são essenciais para manter o atendimento dos pacientes que a cada minuto buscam atendimento junto à instituição.

Para se ter uma ideia da gravidade do assunto, no momento o Hospital São Vicente já está usando os recursos que seriam destinados para a compra de equipamentos, na aquisição de medicamentos e na manutenção de outros serviços básicos. O mesmo ofício também foi enviado ao Ministério Público, Prefeitura e Câmara Municipal de Turmalina, Superintendência Regional de Saúde de Diamantina e Conselho Municipal de Saúde de Turmalina.


De acordo com o oficio número 02/2015 o atraso incide sobre três convênios. Dois deles com o Governo do Estado de Minas Gerais e o outro com a Prefeitura Municipal de Turmalina. A ausência deste recurso no caixa da instituição já provocou uma dívida de R$ 709.280,36 até a data de hoje. “Para pagar pelo menos o 13º salários dos funcionários o hospital teve que recorrer a um empréstimo bancário”, disse o diretor administrativo Douglas Cordeiro dos Santos, em conversa informal com a nossa reportagem.

De acordo com a carta é possível que alguns serviços tenham que ser interrompidos, caso a prefeitura ou o estado não sinalizem de forma positiva. Registra-se que as dificuldades desta Casa de Saúde têm aumentado à medida que não conseguimos honrar os compromissos firmados, sem considerar os juros e protestos oriundos da dívida, além do risco de descontinuidade de algum serviço por falta de insumos (materiais e medicamentos) e suprimentos diversos”, diz o oficio.

A direção do hospital também explica que não está à procura de culpados e sim de uma solução rápida que possa resolver um problema que coloca a saúde do município numa encruzilhada perigosa. “Também registra-se que não temos a intenção de apontar culpados, mas a opção por envolver estes atores e orgãos competentes, se dá, única e exclusivamente porque o Hospital São Vicente, diante de um problema de interesse coletivo, que poderá afetar a comunidade, não visualiza outros meios ou alternativas para resolvê-lo sozinho”, completa.

O documento enviado aos órgãos públicos, no qual a Rede PONTOCOM de Rádio teve acesso destaca a participação dos profissionais da instituição que mesmo com salários atrasados estão firmes no seu papel. “Registra-se nosso profundo respeito aos funcionários e médicos que estão sem receber os pagamentos há 02 (dois) meses, ainda assim, diante do profissionalismo e comprometimento têm se mantido firmes em seus postos de trabalho. Ainda assim, infelizmente, temos recebido solicitações de desligamentos e Serviços como a Ortopedia, Cirurgia, Obstetrícia, Pediatria, Pronto-Atendimento, Laboratório, Radiologia, dentre outros, poderão ser interrompidos caso a situação não seja regularizada. Infelizmente, a possibilidade de paralisações parciais ou integrais não são descartadas, principalmente porque dentro de algumas semanas, suprimentos básicos (materias, medicamentos, alimentos) poderão faltar para manter as atividades e não seremos coniventes e irresponsáveis ao ponto de manter esta casa de saúde aberta sem condições de salvar vidas”, fecha aspas.
 
O Hospital São Vicente de Paulo, também informa que foi movida uma ação junto ao Ministério Público Federal, que considerou a suspensão das verbas do estado como arbitrárias e definiu um prazo para que o repasse fosse feito. A data para o pagamento foi 05 de janeiro de 2015. No entanto, até a manhã desta quinta-feira (08) o hospital ainda não havia recebido 01 centavo sequer.


A direção do hospital destaca que ninguém é a favor de uma paralisação. “Possíveis paralisações parciais ou integrais dos serviços são alheias à vontade desta casa de saúde, no entanto, a medida que os dias passam, nossas limitações aumentam e possibilidades de resolução desta problemátiva diminuem por estarmos totalmente dependentes dos pagamentos em atraso e regularidade nos contratos vigentes e não temos outra alternativa para manutenção do básico. Ressalta-se que até o momento foi assegurado à população os serviços de assistência à saúde, no entanto, compete alertá-los que os atrasos comprometem e colocam em risco a continuidade e manutenção dos serviços, uma vez que a instituição depende do valor para quitar compromissos firmados”, finaliza.

O oficio enviado aos órgãos públicos foi assinado pelo Presidente da Conferência São Vicente de Paulo Anderson Cordeiro dos Santos, pelo Diretor Administrativo Douglas Cordeiro dos Santos e pelo Diretor Clinico Silano Lúcius Lopes Martins.

Nós enviamos um e-mail para a Secretaria de Saúde do Estado Minas Gerais pedindo explicações sobre o atraso, mas ainda não obtivemos uma reposta. Através de uma rede social nós entramos em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Turmalina para saber se a prefeitura tem alguma previsão sobre o repasse. A assessora Kely Godinho disse que conversou com o prefeito (hoje por volta das 12h00min) e que as 14h30min desta quinta-feira (08) a prefeitura vai se posicionar sobre o assunto. 

Por volta das 14h30min, a Assessora de Comunicação da Prefeitura Municipal de Turmalina, disse que esteve com o vice Geraldinho e segundo ele o prefeito Zilmar já agendou uma conversa com a direção do hospital, para resolver a questão.   

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