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21 de novembro de 2016

TURMALINA – POLICIAL CIVIL PODE TER SIDO MORTO POR COLEGA.

A família disse que tomou conhecimento na quinta-feira (17) do laudo que aponta responsabilidade de um investigador na morte do escrivão. Ele teria confessado o caso durante reconstituição do crime.

Um laudo pericial que ainda não foi divulgado oficialmente, aponta que o escrivão da Polícia Civil, Alan Ferreira Couto, de 30 anos, natural de Araçuai, e lotado na Delegacia de Capelinha, no Vale do Jequitinhonha (MG), foi morto por um colega de trabalho, durante uma operação em que houve troca de tiros entre policiais e bandidos, no dia 6 de outubro, em Caçaratiba, distrito de Turmalina, na mesma região.

Ainda segundo familiares de Alan Couto, o policial confessou ser o responsável pelo disparo que atingiu a cabeça dele, durante a reconstituição da operação. A informação foi divulgada na sexta-feira (18) por uma irmã do escrivão, através do facebook. Ela não foi localizada para falar sobre o caso.

A única irmã do escrivão, Aline Ferreira Couto, postou em seu perfil no facebook, na tarde desta sexta-feira (18) que o investigador Aldson Veloso Machado, lotado em Capelinha, “atirou na cabeça de Alan, seu único, querido e amado irmão”.


A avó materna do escrivão, disse ao portal “Gazeta de Araçuaí”, que os dois eram amigos e que haviam participado de um churrasco, dias antes do crime. Ela afirmou ainda que  desconhece desavenças do neto com colegas. "Ele era querido por todos", destacou ela., acreditando  que  o caso pode ter sido uma fatalidade. Ela disse que o neto dirigia a viatura em que também estava o investigador Veloso Machado, e que no momento do tiroteio, Alan chegou a abaixar a cabeça e acabou atingido.

"É o que me informaram. A família ainda está muito abalada e a irmã dele, a Aline é que está resolvendo tudo. O pai do Alan está na fazenda em Araçuai e a mãe dele com a irmã no Vale do Aço", informou a avó do escrivão.

Ainda segundo ela, o policial responsável pelo disparo, esteve presente no sepultamento do colega em Araçuai. O delegado de Capelinha, Thiago Rocha Ferreira, e o policial Aldson Veloso não foram localizados pela reportagem do Gazeta de Araçuaí para falarem sobre o assunto.

Até a tarde desta segunda-feira (21) a Assessoria de Comunicação da Polícia Civil ainda não havia se pronunciado oficialmente.


O CASO - Após a morte do escrivão, a Polícia Civil chegou a prender em Araçuai quatro suspeitos, de terem trocado tiros com os policiais, na operação que resultou na morte de Alan Couto. Segundo o Delegado Thiago Rocha, eles eram cinco e considerados foragidos da penitenciária de Teófilo Otoni.

No dia 11 de outubro a PC prendeu em Araçuai, um rapaz, de 24 anos, e no dia 26 outro, de 31 anos. Já em novembro, outro rapaz, de 23 anos, também foi preso, quando tentava fugir para a cidade de Ribeirão Preto, em um ônibus de linha convencional. A Polícia Civil afirmou que havia provas do envolvimento dos suspeitos na morte do escrivão.

Três deles são de Araçuai e outro, identificado como Álvaro Diego Sousa Mendes, é de Padre Paraíso e foi preso na última quinta-feira (17) em Araçuai. O último dos envolvidos ainda não foi identificado e está foragido.

Alan Couto foi baleado durante operação policial que apurava um roubo que aconteceu na zona rural de Araçuaí. Ele, e outro policial militar, receberam informações de que os suspeitos estariam em Turmalina.

Quando faziam a abordagem, no distrito de Caçaratiba, houve uma troca de tiros e o escrivão foi atingido na cabeça. Os bandidos estavam em dois carros roubados, que foram abandonados após o tiroteio. Eles conseguiram fugir.

Alan Couto foi socorrido e levado em coma, inicialmente, para o hospital de Turmalina. Devido a gravidade do ferimento, o policial foi transferido, de avião, no mesmo dia para  o hospital João XXIII em Belo Horizonte, onde faleceu, dia 12 de outubro, após passar por cirurgias.

Ele foi sepultado em Araçuai, onde moram seus pais e familiares. Alan Couto era casado e pai de uma menina de 01 ano e 06 meses.