A família disse que tomou
conhecimento na quinta-feira (17) do laudo que aponta responsabilidade de um
investigador na morte do escrivão. Ele teria confessado o caso durante
reconstituição do crime.
Um laudo pericial que ainda não foi divulgado oficialmente, aponta que o
escrivão da Polícia Civil, Alan Ferreira Couto, de 30 anos, natural de Araçuai,
e lotado na Delegacia de Capelinha, no Vale do Jequitinhonha (MG), foi morto
por um colega de trabalho, durante uma operação em que houve troca de tiros
entre policiais e bandidos, no dia 6 de outubro, em Caçaratiba, distrito de
Turmalina, na mesma região.
Ainda segundo familiares de Alan Couto, o policial confessou ser o
responsável pelo disparo que atingiu a cabeça dele, durante a reconstituição da
operação. A informação foi divulgada na sexta-feira (18) por uma irmã do
escrivão, através do facebook. Ela não foi localizada para falar sobre o caso.
A única irmã do escrivão, Aline Ferreira Couto, postou em seu perfil no
facebook, na tarde desta sexta-feira (18) que o investigador Aldson Veloso
Machado, lotado em Capelinha, “atirou na cabeça de Alan, seu único, querido e
amado irmão”.
A avó materna do escrivão, disse ao portal “Gazeta de Araçuaí”, que os dois eram amigos e que haviam
participado de um churrasco, dias antes do crime. Ela afirmou ainda que
desconhece desavenças do neto com colegas. "Ele era querido por todos", destacou ela.,
acreditando que o caso pode ter sido uma fatalidade. Ela disse que
o neto dirigia a viatura em que também estava o investigador Veloso Machado, e
que no momento do tiroteio, Alan chegou a abaixar a cabeça e acabou atingido.
"É o
que me informaram. A família ainda está muito abalada e a irmã dele, a Aline é
que está resolvendo tudo. O pai do Alan está na fazenda em Araçuai e a mãe
dele com a irmã no Vale do Aço", informou a avó do escrivão.
Ainda segundo ela, o policial responsável pelo disparo, esteve presente
no sepultamento do colega em Araçuai. O delegado de Capelinha, Thiago Rocha
Ferreira, e o policial Aldson Veloso não foram localizados pela reportagem do
Gazeta de Araçuaí para falarem sobre o assunto.
Até a tarde desta segunda-feira (21) a Assessoria de Comunicação da
Polícia Civil ainda não havia se pronunciado oficialmente.
O CASO - Após a morte do escrivão, a Polícia Civil chegou a
prender em Araçuai quatro suspeitos, de terem trocado tiros com os
policiais, na operação que resultou na morte de Alan Couto. Segundo o Delegado Thiago Rocha, eles eram cinco e considerados
foragidos da penitenciária de Teófilo Otoni.
No
dia 11 de outubro a PC prendeu em Araçuai, um rapaz, de 24 anos, e no dia 26
outro, de 31 anos. Já em novembro, outro rapaz, de 23 anos, também foi preso,
quando tentava fugir para a cidade de Ribeirão Preto, em um ônibus de linha
convencional. A Polícia Civil afirmou que havia provas do envolvimento dos suspeitos
na morte do escrivão.
Três
deles são de Araçuai e outro, identificado como Álvaro Diego Sousa Mendes, é de
Padre Paraíso e foi preso na última quinta-feira (17) em Araçuai. O último dos
envolvidos ainda não foi identificado e está foragido.
Alan
Couto foi baleado durante operação policial que apurava um roubo que
aconteceu na zona rural de Araçuaí. Ele, e outro policial militar,
receberam informações de que os suspeitos estariam em Turmalina.
Quando
faziam a abordagem, no distrito de Caçaratiba, houve uma troca de tiros e o
escrivão foi atingido na cabeça. Os bandidos estavam em dois carros roubados,
que foram abandonados após o tiroteio. Eles conseguiram fugir.
Alan
Couto foi socorrido e levado em coma, inicialmente, para o hospital de
Turmalina. Devido a gravidade do ferimento, o policial foi transferido, de
avião, no mesmo dia para o hospital João XXIII em Belo Horizonte,
onde faleceu, dia 12 de outubro, após passar por cirurgias.
Ele
foi sepultado em Araçuai, onde moram seus pais e familiares. Alan Couto era
casado e pai de uma menina de 01 ano e 06 meses.
FONTE: Gazeta de Araçuai