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REDE PONTOCOM DE RÁDIO

9 de janeiro de 2016

MINAS GERAIS – O POVO TEM O GOVERNO QUE MERECE.

Afundado em uma grave crise financeira, que tem gerado até atraso nos salários dos servidores, o governo de Minas vai gastar neste ano pelo menos R$ 3,4 milhões para pintar de vermelho, a cor do PT, a fachada de 613 unidades do Programa Farmácia de Minas, espalhadas por todo o Estado. Isso é o que determina a Resolução 5.073, de 2015, da Secretaria de Estado de Saúde (SES), publicada no dia 18 de dezembro, que prevê a revitalização dos estabelecimentos.

Criado em 2008, o programa estadual é responsável pela distribuição gratuita de medicamentos do Sistema Único de Saúde (SUS) para os 853 municípios mineiros. A cor padrão adotada desde então era o “Verde Capim Limão”, da marca Coral, justificada em documentos do programa por estar em consonância com o princípio da universalidade de acesso a serviços de saúde.

Agora, conforme a resolução do governo assinada pelo secretário Fausto Pereira dos Santos, as fachadas deverão ter canteiros, marquise e volume texturizado pintados na cor “Rosa Vermelha”, da marca Suvinil. Para isso, serão repassados R$ 10,2 mil para 90 unidades de 100 metros quadrados (m²) e R$ 4.800 para 523 farmácias de 70 m² e 80 m².


O nome do projeto, Farmácia de Minas, também foi alterado pela atual gestão de Fernando Pimentel (PT). Foi rebatizado no ano passado como Programa Estadual de Assistência Farmacêutica. A preocupação com as mudanças de nome e cor, no entanto, não inclui a necessidade de reposição de medicamentos básicos, que estão em falta em diversas unidades geridas pelo Estado, segundo Geraldo Lucas Lamounier (DEM), prefeito de Camacho, município no Centro-Oeste de Minas.

Isso é um absurdo enorme, sem precedentes. Enquanto o Estado gasta dinheiro para pintar as farmácias com a cor do partido, os estoques de medicamentos minguam”, acusou o chefe do Executivo municipal. Segundo Lamounier, a Resolução 5.073 não obriga a pintura de vermelho e deve ser feita por adesão dos municípios.

O problema é que nos foi enviado um memorando assinado pelo diretor de Medicamentos Básicos do Estado avisando sobre a decisão”, explicou. O prefeito disse que em 2015, das três distribuições anuais previstas, apenas duas foram feitas e, mesmo assim, faltando vários itens. “Os medicamentos estão sendo comprados pela prefeitura”, frisou.

Procurada, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que o objetivo da Resolução 5.073, de 2015 foi conceder incentivo financeiro para concluir obras que estavam paradas, atrasadas ou não iniciadas em muitos municípios. Em nota, a assessoria de imprensa disse que a medida possibilitará que as farmácias já inauguradas em anos anteriores possam “promover a revitalização, uma vez que várias estão com a pintura desgastada”. Os recursos ainda não foram repassados e esperam disponibilidade financeira.

Sobre a fachada, a secretaria explicou ser fundamental que a SES sugira um layout para as construções feitas com recursos do Estado. Apesar de o memorando enviado aos municípios determinar a pintura na cor vermelha, a SES negou o fato: “Nenhum gestor é obrigado a pintar a fachada ou retirar cores do programa anterior”, diz o texto. A pasta não informou o prazo para que a pintura seja concluída.


Fonte: O Tempo / Repórter: Angélica Diniz, via Aconteceu no Vale.